VÍDEO: polícia encontra sangue e marcas de tiros em picape de homens que saíram de SP para cobrar dívida no PR
13/09/2025
(Foto: Reprodução) PM encontra vestígios de sangue em picape de homens que foram cobrar dívida no PR
Foram encontrados vestígios de sangue e marcas de disparos de arma de fogo na picape dos homens que desapareceram depois de cobrar uma dívida em Icaraíma, no noroeste do Paraná. A informação foi confirmada pela Polícia Militar (PM-PR). O veículo foi retirado do bunker, na área rural da cidade, na madrugada deste sábado (13). Assista ao momento no vídeo acima.
Robishley Hirnani de Oliveira, Rafael Juliano Marascalchi, Diego Henrique Afonso saíram de São José do Rio Preto (SP) e encontraram Alencar Gonçalves de Souza - que os contratou para a cobrança - na cidade do noroeste do Paraná. Os quatro foram vistos pela última vez no dia 5 de agosto.
Segundo o comunicado da PM, o veículo foi encontrado na tarde desta sexta-feira (12). O bunker em que ele estava fica a nove quilômetros de distância "da propriedade que possa ter relação com o crime", diz a nota.
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Picape desenterrada de bunker tem marcas de tiros e sangue, disse PM.
PM-PR Ambiental
A picape também estava coberta por uma lona, e foi necessário realizar escavações para conseguir puxar ela para fora. Depois de retirada, a Polícia Científica realizou as coletas dos vestígios - como o sangue -, que irão passar por perícia.
"Nós, na hora de manusearmos esse veículo para o guincho estar fazendo a remoção e entrega dele na delegacia, localizamos ainda um objeto no interior do veículo com o nome de uma pessoa. Esse objeto foi apreendido também e entregue à autoridade para fazer os exames posteriormente", disse Guilherme Schnaider, tenente da PM-PR Ambiental.
Até a última atualização desta reportagem, as vítimas não foram encontradas. Entretanto buscas devem seguir na região com cães farejadores do Corpo de Bombeiros.
O caso é tratado como crime de homicídio pela Polícia Civil (PC-PR). As investigações estão sob sigilo.
Carro foi retirado do bunker na madrugada deste sábado (13).
PM-PR Ambiental/Reprodução
Continue nesta reportagem:
Relembre o caso
Quem são os suspeitos?
Qual era a dívida a ser cobrada?
O que dizem os advogados?
Relembre o caso
Robishley Hirnani de Oliveira, Rafael Juliano Marascalchi, Diego Henrique Afonso viajaram no dia 4 de agosto, de São José do Rio Preto, em São Paulo, para cobrar uma dívida em Icaraíma, no Paraná.
A investigação da polícia apurou que eles foram contratados por Alencar, que se juntou ao grupo quando todos chegaram à cidade.
A polícia acredita que eles foram, ainda no dia 4 de agosto, até o distrito de Vila Rica do Ivaí para cobrar o devedor. Depois desse primeiro contato, eles combinaram voltar no dia seguinte.
No dia 5 de agosto, os quatro aparecem conversando no balcão de uma panificadora de Icaraíma, por volta das 10h. Eles deixaram de responder as famílias por volta das 12h.
O registro da câmera de segurança do comércio é o último divulgado.
Vitimas foram vistas pela última vez em uma padaria em Icaraíma.
Polícia Civil (PC-PR)
Na quarta-feira (6), a esposa de Robishley procurou a polícia do estado de São Paulo para relatar o desaparecimento do marido e dos dois amigos que viajaram com ele.
Quem são os suspeitos?
Pai e filho são considerado foragidos pelo desaparecimento de quatro homens
PCPR
No dia 6 de agosto, a polícia foi até a propriedade no distrito de Vila Rica do Ivaí onde os quatro haviam visitado para a cobrança da dívida.
No local, Antonio Buscariollo e Paulo Ricardo Costa Buscariollo receberam a equipe e foram levados à delegacia.
“Eles [Antonio e Paulo] confirmaram que havia um negócio envolvendo a compra e venda de uma propriedade rural entre Alencar e dois parentes deles, mas disseram que não tinham relação direta com a dívida”, explicou o delegado Gabriel Menezes.
Pai e filho, de 66 e 22 anos respectivamente, passaram a ser suspeitos depois que deixaram a propriedade assim que foram liberados da delegacia. Desde então, eles não foram mais encontrados e mandados de prisão temporária contra eles foram expedidos.
Com o avanço da investigação, foi estabelecida a suspeita de que eles tenham participado de uma emboscada, que causou a morte das vítimas, no momento em que os quatro homens foram fazer a cobrança. Os detalhes sobre esta apuração não foram compartilhados.
Segundo a Polícia Civil, Antonio possui antecedente criminal por posse ilegal de arma de fogo. Paulo não tem passagens pela polícia.
Além disso, todas os familiares que moravam no local com eles desapareceram. Eles também são investigados, porém, os nomes não foram divulgados.
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Qual era a dívida a ser cobrada?
Delegado fala sobre dívida que motivou cobrança de homens que estão desaparecidos no PR
Conforme a polícia, a família de Antonio e Paulo comprou uma propriedade rural de Alencar por R$ 255 mil.
O delegado Gabriel Menezes informou que Alencar, que é morador de Icaraíma, vendeu a propriedade para a família e dividiu o pagamento em dez notas promissórias de R$ 25 mil cada.
Contudo, nenhuma parcela deste valor foi paga, e esta seria a cobrança que Robishley, Rafael e Diego foram contratados para fazer.
O delegado também disse que familiares dos desaparecidos informaram que os três homens trabalham com cobrança de dívidas há cerca de 13 anos.
Anteriormente, a esposa de uma das vítimas declarou no registro do boletim de ocorrência do desaparecimento que o valor da dívida seria de R$ 1 milhão. Outras pessoas ouvidas pelas autoridades disseram que o valor real seria de R$ 100 mil. Entretanto, somente o valor de R$ 255 mil foi confirmado durante a investigação.
O que dizem os advogados?
O advogado Renan Farah, que atua na defesa de Antonio Buscariollo e Paulo Ricardo Costa Buscariollo, disse que os dois são inocentes e fugiram por medo, após receberem áudios com ameaças de morte.
Farah disse ao g1, nesta segunda-feira (8), que houve um desacordo comercial depois que a família Buscariollo vendeu uma propriedade rural para Alencar. Contudo, ele não conseguiu pagar o valor e, por isso, devolveu a propriedade à família.
Segundo o advogado, Alencar alegou que tinha feito benfeitorias no imóvel - como o preparo do campo, pasto e cercas - e cobrou R$ 100 mil pelo trabalho. Porém, a família não aceitou a proposta e sugeriu pagar R$ 15 mil.
Para este pagamento, conforme a defesa, seria necessário vender a propriedade. "Essa reunião que eles tiveram [no dia 4 de agosto] era a respeito disso e ficou nessa conversa", disse.
A versão apresentada por Farah não é confirmada pela Polícia Civil (PC-PR).
Ao ser questionado se os foragidos pretendem se entregar à polícia, o advogado respondeu que, antes, planeja derrubar as medidas judiciais que determinaram as prisões temporárias. "O plano é conseguir derrubar a medida protetiva, a prisão temporária que está decretada, e depois, sim, se apresentar novamente. Mas o motivo da fuga, o motivo de eles não terem se apresentado até agora, não é nem a questão do medo da polícia, do medo da investigação, mas sim o medo das ameaças de morte que eles sofreram", afirmou.
Advogado dos suspeitos fala sobre investigação em Icaraíma
A advogada Josiane Monteiro, que representa a família dos desaparecidos, disse à RPC, afiliada da TV Globo no Paraná, que defende que o caso seja tratado como um crime de homicídio, apesar de a família das vítimas aguardar atualizações positivas. A entrevista também ocorreu na segunda-feira.
"Nós sabemos, de forma técnica e pela experiência na área, que as chances de encontrar essas pessoas com vida são muito pequenas. Mas, a família permanece com a esperança de que tenha uma resposta positiva e que eles possam ser encontrados com vida. Eles estão sofrendo demais", contou a advogada.
Monteiro informou que os familiares procuraram a Polícia Civil do estado de São Paulo (PC-SP), bem como a Secretaria de Segurança Pública do estado (SSP-SP) para pedir apoio.
Para ter alguma notícia, as famílias dos desaparecidos passaram a oferecer uma recompensa de R$ 50 mil para qualquer tipo de informação que leve não só ao paradeiro dos suspeitos, como também às vítimas desaparecidas.
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