'Tarzan das Cataratas': a história do austríaco que desbravou as quedas d'água mais famosas do Brasil apenas com uma corda

  • 11/08/2025
(Foto: Reprodução)
'Tarzan das Cataratas': a história do austríaco que desbravou as quedas d'água mais famosa Considerado um dos primeiros guias de turismo de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, o austríaco Franz Kohlenberger chegou à cidade em 1947 como turista e se encantou pelas quedas d'água mais famosas do Brasil. Em pouco tempo, Franz ficou conhecido na região como "Tarzan das Cataratas". "Quando ele chegou às Cataratas ficou impressionado. Me contou que conseguiu vislumbrar toda a vida ali e disse: ‘é impossível não ser feliz neste lugar’”, relembra a filha, Analice Kohlenberger Oro, autora do livro O Homem das Cataratas, que narra a história do pai. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Foz do Iguaçu no WhatsApp O apelido de Tarzan é uma referência ao personagem fictício de mesmo nome, criado em 1912 nos Estados Unidos. Nas histórias, ele é um menino que vive na selva e, por ter sido criado com animais, consegue se movimentar de uma forma mais livre, inclusive por meio cipós. Em Foz do Iguaçu, a vida real imitou a arte. A filha de Fran contou que ele andava pela região das Cataratas do Iguaçu com uma corda debaixo do braço, usada para a descida entre as pedras. Franz era conhecido como 'Tarzan das Cataratas' Acervo Analice Kohlenberger Oro À época, o Parque Nacional do Iguaçu, que abriga as quedas, ainda não havia sido delimitado e não tinha este nome. As aventuras de Franz também aconteceram sem equipamentos de segurança, o que é inimaginável e totalmente desautorizado nos dias de hoje. "Ele parecia mesmo o Tarzan, era alto, magro, de shorts e queimado de sol. Usava a corda para descer os paredões. Mas, ironicamente, não sabia nadar. Ele dizia: ‘de que adianta saber nadar aqui, se a correnteza é tão forte que não dá nem tempo de tentar’”, conta a filha. Nas fotografias guardadas pela família, o cenário surpreende. Franz posa para fotos em locais onde hoje poucas pessoas têm acesso. "Ele conhecia o parque como a palma da mão, foram mais de 10 anos andando por ali. Ele sabia a hora certa de ir nas cachoeiras, conhecia cada pedra", diz. Franz realizava a descida até a Garganta do Diabo, principal queda das Cataratas Acervo Analice Kohlenberger Oro Leia também: Youtuber: Quem é Felca, que denunciou o influenciador por exploração de menores BR-369: Mãe é a quarta vítima de acidente que matou marido e dois filhos Cobrança de dívida: Homens foram vistos reunidos em padaria antes de desaparecerem, no PR Cruzou o Atlântico após a guerra e se tornou gerente de hotel Franz tinha acesso a lugares que são restritos ao público atualmente Acervo Analice Kohlenberger Oro Nascido e criado na Áustria, Franz se formou em hotelaria e trabalhou em um hotel cinco estrelas antes de cruzar o oceano. Depois da Segunda Guerra Mundial, veio visitar parentes no Brasil, onde ouviu falar sobre as Cataratas do Iguaçu e o potencial turístico da região. Sem falar bem o português, pediu ajuda à irmã para redigir uma carta ao Hotel das Cataratas, hoje conhecido na região, mas que, na época, ainda estava em construção. Na mensagem, relatou suas qualificações na hotelaria e o desejo de trabalhar no local. Três anos depois, foi contratado como o primeiro funcionário registrado do hotel. Mesmo com o idioma ainda limitado, começou como barman, mas logo se destacou e assumiu a gerência do hotel, função que ocupou até 1977. "Ele tinha muito jeito com as pessoas. Gostava de conversar até com os clientes mais difíceis. Tinha paciência e sabia convencer", lembra Analice. Nos mais de 10 anos em que trabalhou no hotel, Franz assumiu diferentes cargos Acervo Analice Kohlenberger Oro Inventor de passeios e aventuras nas Cataratas Franz se aventurava pelo Parque Nacional do Iguaçu Acervo Analice Kohlenberger Oro Franz explorava o parque a pé, pelas pedras, e levava hóspedes em aventuras voluntárias — muito antes da construção das passarelas, na década de 1970, que hoje levam os turistas até as quedas. Analice relembra que o pai encomendava canoas artesanais de madeira e realizava trajetos pelo Rio Iguaçu. "Ele fazia um passeio que descia o Rio Iguaçu até o Rio Paraná e ia até a Ponte da Amizade. Era uma travessia tranquila, mas única. Mesmo naquela época, já vinha muita gente de fora conhecer as Cataratas", diz a filha. No hotel localizado dentro do Parque Nacional do Iguaçu, Franz recebia figuras ilustres como presidentes e celebridades. Franz ao lado do rei da Bélgica nas Cataratas do Iguaçu Acervo Analice Kohlenberger Oro Outra invenção curiosa do "Tarzan das Cataratas" foi um método de pescaria específico para o ponto turístico. Em fotos, é possível ver Franz pescando as corredeiras. Na época em que ele trabalha no hotel, não havia fiscalização que impedia a pesca. A prática hoje não é permitida. Franz pescava nas corredeiras das quedas Acervo Analice Kohlenberger Oro Franz Kohlenberger morreu em 2015, aos 85 anos. Após deixar a gerência do hotel, ele investiu em uma churrascaria e viveu o resto da vida em uma chácara, mantendo o contato com a natureza e os animais. VÍDEOS: Mais assistidos do g1 Paraná Leia mais notícias da região em g1 Oeste e Sudoeste.

FONTE: https://g1.globo.com/pr/oeste-sudoeste/noticia/2025/08/11/historia-do-tarzan-das-cataratas-foz-do-iguacu.ghtml


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