Grupo de estudantes se reúne para discutir o crescimento de casos de HIV entre jovens em Heliópolis
'O grande objetivo é que os adolescentes e jovens convivam de maneira respeitosa, não aceitando a violência, principalmente a violência de gênero, através de uma formação que parte de jovem para outros jovens', diz a coordenadora do projeto. Grupo de estudantes se reúne para discutir o crescimento de casos de HIV entre jovens em Heliópolis
Na comunidade de Heliópolis, na zona sul de São Paulo, um grupo de estudantes se reúne para discutir o crescimento de casos de HIV entre jovens. É mais uma atividade que acontece dentro do centro de educação comunitário, onde também fica a sede do projeto MUDEM (Minas e Manos Unidos Desconstruindo o Machismo).
"O grande objetivo é que os adolescentes e jovens convivam de maneira respeitosa, não aceitando a violência, principalmente a violência de gênero, através de uma formação que parte de jovem para outros jovens, com sua linguagem própria. Nossa ideia é que eles multipliquem esse conteúdo em diversos locais que eles frequentam como nas escolas, Centro para Crianças e Adolescentes, bailes e também em oficinas propostas por eles mesmos, conversando entre si e se entendendo", explica Priscila Amaral, coordenadora do projeto
Na discussão sobre HIV, David Oliveira, que também trabalha como educador para o programa "Heliópolis Investindo na Vida", questionou os jovens sobre quais são os espaços em que eles gostariam de ter mais liberdade para falar sobre educação sexual.
Um dos participantes contou que em sua escola uma palestra sobre o tema foi vetada por um grupo de pais que acreditaram que, ao invés de informar, o evento iria estimular os jovens a terem relações sexuais.
"É ruim porque aí a gente não aprende com um profissional, uma pessoa capacitada, sobre o assunto", o jovem diz. "A gente acaba aprendendo com os amigos, pessoas da nossa idade, que também não sabem muito bem o que estão fazendo."
Outra participante falou também sobre o uso de preservativos, que está em queda entre jovens de 15 a 24 anos. Segundo dados do Ministério da Saúde, o uso de preservativos nesta faixa etária caiu de 47% em 2017, para 22% em 2019.
“Eu me preocupo mais com gravidez quando tenho uma relação sexual. Como eu estou em um relacionamento estável e uso um implante anticoncepcional, e acabo não me preocupando tanto com a camisinha", conta a jovem de Heliópolis.
"É aí que mora o perigo. Ter um parceiro estável não é garantia de que você está protegida de infecções sexualmente transmissíveis", diz um amigo da jovem.
Assista ao Profissão Repórter desta terça (26):
Edição de 26/03/2024 – Aumento das ISTsFONTE: https://g1.globo.com/profissao-reporter/noticia/2024/03/27/grupo-de-estudantes-se-reune-para-discutir-o-crescimento-de-casos-de-hiv-entre-jovens-em-heliopolis.ghtml
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